Nesta reportagem especial são comentadas as perspectivas e incertezas sobre as térmicas na matriz elétrica brasileira no longo prazo. São trazidas opiniões de agentes do setor, como Diogo Lisbona, do Ceri/FGV; Erik Rego, da EPE; Bernardo Sicsú, do Fórum do Gás; Xisto Vieira Filho, da Abraget; Newton Duarte, da Cogen; Zilmar de Souza, da Única; Yuri Schmitke, da Abren; e, Fernando Zancan, da ABCM.

Há quem aposte no papel das termelétricas como energia de base nas próximas duas décadas, pelo menos, mas os impactos do conflito Rússia-Ucrânia deixam mais dúvidas do que certezas. Para Erik Rego, diretor de Estudos em Energia Elétrica da EPE, a participação das térmicas passa necessariamente pela avaliação de como podem flutuar os preços dos combustíveis no futuro, e como eles vão interferir na competição relativa entre as fontes de geração de energia. A leitura entre os representantes de diferentes segmentos é de que há espaço para as térmicas, que tem 45,2 GW de capacidade instalada, com 24,38% de participação. Existe um grande foco no gás, mas, por exemplo, nos leilões de energia as térmicas nem entram mais, porque não conseguem competir com eólicas e solares. Diversas tecnologias focadas nas renováveis também estão sendo estudadas, mas ainda não é possível prever o fim da térmica a gás. Segundo os representantes da Cogen e da Única, haveria espaço também para a biomassa. Para o presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral, a grande questão diante do compromisso brasileiro de neutralidade das emissões é que o carvão e o gás têm que capturar CO2. Segundo ele, como se defende no mundo, “as hidráulicas não vão resolver a intermitência das renováveis, então precisa ter um parque térmico de, no mínimo, 20% no país, com gás, carvão e nuclear”.

CanalEnergia – Sueli Montenegro (repórter do CanalEnergia).

Link de acesso:

https://canalenergia.com.br/especiais/53225420/mudancas-no-cenario-da-matriz-complicam-previsoes-sobre-termicas

 

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