O fluxo de gás de gasoduto russo para a Europa diminuiu drasticamente nos últimos três meses. Em particular, a redução dos fluxos através do Nord Stream teve um impacto não apenas na Alemanha, onde o gasoduto chega ao continente, mas também na República Tcheca, Eslováquia, Áustria e Itália – com efeito, o fluxo de gás foi reduzido de 254 MMcm/d, em maio, para 56 MMcm/d, no final de julho. Partindo dessa constatação, o artigo Falling Like Dominoes: The Impact of Nord Stream on Russian Gas flows in Europe explica por que o declínio nos fluxos do Nord Stream impactou esses mercados, como uma carreira de dominós caindo, um após o outro. São analisados cenários de restrição de fornecimento de gás russo para o centro e noroeste da Europa durante o restante do verão, o impacto na acumulação de estoque de armazenamento e as perspectivas para o próximo inverno. As conclusões sugerem que o fornecimento de gasodutos russos permanecerá restrito no inverno 2022/2023. Assim sendo, o equilíbrio do mercado europeu é incerto e dependerá de múltiplos fatores, como: da disponibilidade de cargas de GNL, da entrada de nova capacidade de regaseificação, do real impacto que os preços mais altos e as políticas governamentais irão exercer em termos de redução da demanda, e, finalmente, da influência de fatores climáticos sazonais. Se as condições forem favoráveis, a tarefa é alcançável, mas ainda assim será uma façanha estressante. Caso contrário, os preços do gás no atacado no inverno serão ainda mais altos do que os observados no inverno 2021/2022.
Oxford Energy – Jack Sharples (Doutor em Estudos Russos e do Leste Europeu pela Universidade de Glasgow)
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