O artigo Burning world’s fossil fuel reserves could emit 3.5tn tons of greenhouse gas repercute o lançamento do banco de dados Global Registry of Fossil Fuels e discute o potencial destrutivo da utilização das reservas mundiais de óleo, gás e carvão. Destaca-se que uma enorme quantidade de carbono (3,5 trilhões de toneladas) poderá ser emitida se os governos permitirem que as reservas identificadas de carvão, petróleo e gás sejam extraídas e usadas. Isso significa que existe combustível suficiente para estourar o orçamento de carbono restante 7 vezes. O banco de dados, que cobre cerca de três quartos da produção global de energia, revela também que só os EUA e a Rússia têm reservas de combustível fóssil suficientes para consumirem, sozinhos, o orçamento de carbono restante do mundo antes que o planeta chegue a 1,5°C. Dados esses números assustadores, o artigo passa a evidenciar a inação dos governos, que concordaram em restringir o aquecimento global a 1,5°C, mas em grande parte se recusaram a interromper novos arrendamentos ou extração de combustíveis fósseis, continuando a emitir novas licenças ou autorizações para a exploração de carvão, petróleo e gás. Só os EUA têm o potencial de liberar mais 577 bilhões de toneladas de emissões, a maior parte advinda do carvão. Desse total, 27 bilhões de toneladas estão praticamente encomendadas por estarem associadas a projetos em desenvolvimento. Já a Rússia tem combustíveis fósseis identificados suficientes para liberar 490 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa e atualmente está desenvolvendo projetos que devem emitir 11 bilhões de toneladas. O artigo conta ainda com a participação de Mark Campanale, fundador da Carbon Tracker Initiative, que deixa um alerta: “quando estamos em uma situação em que você tem duas, três, quatro vezes mais combustíveis fósseis em desenvolvimento para o orçamento de carbono restante, isso indica que a política está mais do que ligeiramente fora de sincronia. Está fundamentalmente fora de sincronia.”
The Guardian – Oliver Milman (repórter do The Guardian).
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