Cumprir as metas de Paris exige reduzir a demanda e a oferta de combustíveis fósseis e fechar a “lacuna de produção” entre as metas climáticas e a política energética. Mas ainda não há um roteiro de mitigação do lado da oferta. Precisamos de critérios para decidir onde concentrar os esforços. Aqui, foram identificados os 425 maiores projetos de extração de combustíveis fósseis globalmente (definidos como > 1 gigatonelada de emissões potenciais de CO2). O trabalho lista essas “bombas de carbono” pelo nome, mostra em quais países elas estão localizadas e calcula suas emissões potenciais, que combinadas excedem o orçamento global de carbono de 1,5°C por um fator de dois. As bombas de carbono que já estão em produção são responsáveis por uma porcentagem significativa da extração global de combustíveis fósseis. Contudo 40% das bombas de carbono ainda não iniciaram a extração. Os esforços de mitigação das mudanças climáticas não podem ignorar as bombas de carbono. Desarmá-los pode se tornar uma dimensão importante da política de mitigação das mudanças climáticas e do ativismo para atingir as metas de Paris. Até agora, poucos atores, principalmente da sociedade civil, estão trabalhando para desarmar as bombas de carbono, mas estão se concentrando em um número muito limitado deles. Delineou-se uma agenda prioritária onde as principais estratégias são evitar a ativação de novas bombas de carbono e colocar as existentes em “modo de colheita”.

Energy Policy, Vol. 166

KUHNE, Kjell et al. (Kjell Kühne, Nils Bartsch, Ryan Driskell Tate, Julia Higson, André Habet,)

Link de acesso:

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0301421522001756