Explicitando a polêmica relativa à Volta Grande do Xingu, o artigo evidencia a necessidade de otimização do uso da água de modo a harmonizar os interesses dos diversos consumidores envolvidos. O autor destaca que, apesar da disputa pela água no Xingu estar em maior evidência neste momento, ela não é o único foco de tensão e afirma que esses conflitos têm ficado mais agudos à medida em que se prolonga o ciclo hidrológico abaixo das médias históricas. O artigo traz a opinião de três especialistas sobre o tema. Jerson Kelman, ex-presidente da ANA e ex-diretor da Aneel, afirma que o MRE desestimula a usina a cuidar de sua água outorgada, fechando os olhos para usos consuntivos não consentidos à montante, especialmente para irrigação. Sergio Leitão, fundador e diretor do Instituto Escolhas, é outro que vê total descoordenação entre os órgãos envolvidos na gestão da água e defende a valorização adequada da água como alternativa para preservá-la e resolver os conflitos. Já Anivaldo Miranda, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, acusa o setor elétrico de agir como hegemônico na questão da Água, apontando os sucessivos pedidos do ONS para que a ANA flexibilize a sua resolução n° 2081, que disciplina as vazões do São Francisco.

Brasil Energia – Chico Santos (colunista Brasil Energia).

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