Atualmente, o Brasil discute a possibilidade de gerenciar uma nova crise de energia, caso a mesma venha a se materializar. O artigo, ao explicitar três casos de crises em diferentes países, traz luz às formas de gerenciamento de cada uma delas: a crise de energia (no Brasil, em 2001), a crise de capacidade (na Califórnia, em 2001 e ambas as crises simultaneamente (na África do Sul, em 2008). O autor aponta que, ao contrário da crise de energia de 2001, a nova crise que vem se desenhando no Brasil tem duas restrições: energia e capacidade. No que tange às medidas para uma crise de energia, pode-se considerar a resposta da demanda por quantidade (por exemplo, cortes rotativos, redução de voltagem), persuasão moral, e preços. O racionamento no Brasil em 2001 foi uma combinação virtuosa dos dois últimos elementos. No que tange às medidas para uma crise de capacidade, o que importa não é o total de energia economizada, mas quando ela é economizada. O autor explica como se deu o gerenciamento na Califórnia e porque foi feito de maneira errônea – basicamente pela falta de medição horária. As duas crises simultâneas na África do Sul foram solucionadas, exitosamente, através dos mecanismos de controle de carga já tradicionais no país e outros dois novos: um que previa uma redução de consumo de 10% e outro, permanente, que remuneram os participantes que economizassem energia com incentivos monetários, propiciando economia de energia e demanda de ponta. Ao final, afirma que o gerenciamento de uma crise de potência traz novos desafios no caso brasileiro. Do lado da demanda, não dispomos dos mecanismos de controle de carga existentes na África do Sul e, do lado da oferta, a capacidade “despachável” está cada vez menor, seja por restrições operativas, seja pelo crescimento das renováveis intermitentes.

Canal Energia – Luiz Maurer (Consultor)

Link de acesso: 

https://www.canalenergia.com.br/artigos/53179283/racionamento-de-energia-capacidade-ou-ambos-similaridades-diferencas-e-desafios