A construção de hidrelétricas está associada a uma série de impactos socioecológicos, incluindo mudanças nas economias dos lugares rurais onde são construídas grandes barragens. Construtores de barragens e governos que promovem a energia hidrelétrica implementaram programas de compensação para reparar os danos causados pelos projetos de energia hidrelétrica, mas há críticas sobre se eles atingem esses objetivos. Nesse sentido, este artigo, aplica um Marco de justiça energética para considerar os impactos das barragens de Jirau e Santo Antônio na bacia do rio Madeira da Amazônia brasileira. Considerando os aspectos distributivos e restaurativos da justiça energética, os autores avaliaram como essas barragens mudaram os meios de subsistência econômicos e a renda familiar e se as famílias receberam indenização que atendeu aos danos sofridos. Os resultados sugerem que o deslocamento, reassentamento ou mudança local por causa das barragens é um importante contribuinte para as perdas econômicas (por exemplo, mudança de emprego, perda de renda) e aqueles que sofreram perdas econômicas não eram mais propensos a serem compensados do que outros. Essas perdas ocorrem apesar das promessas dos proponentes das barragens de que essa infraestrutura aumentará as oportunidades de emprego, renda e promover o desenvolvimento econômico.

Energy Policy, Vol. 167

Adam Mayer, Maria Claudia Lopez, Emilio F. Moran

Link de acesso:

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0301421522002737