O artigo aborda a proposta das empresas Open Hydro e Bluemethane, que consiste na criação de um mecanismo para mobilizar financiamentos climáticos para reduzir as emissões de gás metano liberadas por quedas d’água de hidrelétricas brasileiras. A proposta foi uma das sete selecionadas pelo Laboratório Global de Inovação em Finança Climática (Lab) para compor o ciclo de aceleração de 2022, ciclo que irá mobilizar recursos e dar suporte técnico para a implementação do conceito na prática. O objetivo central é desenvolver um mercado de captura e negociação de gás metano a partir da captação em reservas hidrelétricas no Brasil, atraindo investimentos públicos e privados. Segundo o artigo, as hidrelétricas produzem água rica em metano como resultado natural de suas operações, e se capturado, o metano pode abastecer geradores de biogás, fornecendo uma fonte de receita estável e concreta para as hidrelétricas. O instrumento financeiro pode cobrir o custo dessas estruturas, desenvolvendo e aprimorando a tecnologia que torna esse processo de captação possível, e será compensado em taxas fixas e variáveis, de acordo com a energia gerada. De acordo com a diretora-geral da Climate Policy Initiative – que faz a gestão do mecanismo – a ideia foi escolhida por beneficiar as concessionárias de energia hidrelétrica e os proprietários de ativos, reduzindo suas emissões e fornecendo geração adicional de eletricidade. Além das vantagens econômicas, a proposta ajuda a reduzir os riscos reputacionais e traz uma vantagem competitiva em relação a outros fornecedores de eletricidade renovável.
Valor Econômico – Naiara Bertão (Valor Econômico) e Eliane Sobral (O Globo — São Paulo)
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