O artigo repercute o relatório do TCU sobre a recente crise de oferta de energia elétrica e discute a atual crise do setor elétrico brasileiro. Edvaldo Santana afirma que o documento é impreciso sobre as causas estruturais da crise e ressalta que, na realidade, faltam condições políticas para cuidar da habitual restrição de oferta. O autor volta a tecer críticas aos dados utilizados pelo modelo de despacho das usinas e afirma que nem o TCU quer enfrentar o problema. Edvaldo Santana declara também que a imprecisão de cálculo não é apenas uma deficiência dos dados de entrada, mas um erro conceitual que precisa ser corrigido. E destaca que se não fosse o retorno à média de vazões, termelétricas mais baratas já deveriam ter sido acionadas em 2020 para evitar ou reduzir os impactos do déficit de precipitação. Por fim, o autor conclui que as termelétricas, ao saberem de sua importância para atendimento da demanda residual, adquiriram poder de monopólio e passaram a exigir um preço muito maior que aquele que seria razoável em um cenário de concorrência. Para ele, os únicos que saem perdendo com esses erros graves no design do modelo comercial são os consumidores.

Valor Econômico – Edvaldo Santana (ex-diretor da Aneel)

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https://valor.globo.com/opiniao/coluna/o-setor-eletrico-e-o-enigma-120-do-tcu.ghtml