Nesta reportagem especial, a autora discute a revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, trazendo opiniões de vários especialistas do setor elétrico. Para alguns, há uma grande probabilidade de que a revisão das condições para a comercialização da energia da usina não tenha um desfecho no atual governo, e isso devido ao estágio incipiente das discussões entre as partes e ao cenário político, com eleições em 2022, no Brasil, e em 2023, no Paraguai. Luiz Fernando Vianna, ex-diretor geral brasileiro de Itaipu, é um dos especialistas que acredita que a negociação pode não acontecer no tempo previsto, bem como os consultores João Alberto da Silva e Abel Holtz, que apontam para a inércia do governo brasileiro. Holtz, vale lembrar, já publicou uma série de artigos sobre a revisão do Tratado e um deles foi divulgado pelo Panorama em agosto deste ano. Destaca-se, ainda, na reportagem um estudo da Academia Nacional de Engenharia, advertindo que o Brasil está atrasado no tratamento da questão, ao contrário do Paraguai, que já teria insinuado a possibilidade de venda de excedentes a outro país. Enfatizando os benefícios da dívida paga e da revisão do Tratado, o MME afirma que 75% de um eventual excedente econômico seria destinado à CDE, resultando em benefícios aos consumidores brasileiros. Ângela Gomes, da PSR, destaca por sua vez que, com a amortização da dívida em dólar, o governo pode capturar para a modicidade tarifária mais de R$ 15 bilhões por ano. Como contraponto, destacamos um artigo divulgado no Panorama que traz, além de opiniões otimistas, agentes do setor que acreditam que a transferência de preços não é garantida (Como a falta de chuva e a pressão paraguaia afetam o futuro da usina de Itaipu)

CanalEnergia – Sueli Montenegro (colunista do CanalEnergia)

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https://canalenergia.com.br/especiais/53191302/negociacao-de-itaipu-pode-ir-alem-de-2023