O artigo apresenta uma discussão sobre o aumento do uso consuntivo de água à montante das hidrelétricas e seus impactos no planejamento de operação das usinas. Trazendo como referência a tese recém-publicada (2021) pela COPPE-UFRJ – Avaliação da eficiência da cobrança pelo uso dos recursos hídricos no Brasil: o caso da bacia do rio São Francisco -, e explicitando o aumento de 53 vezes no uso de água para irrigação no Brasil de 2010 a 2020, o autor afirma que é evidente que cada vez menos água chega à usina de Sobradinho, não apenas devido à mudança climática, mas também devido ao aumento do uso consuntivo a montante dela. Assim sendo, o autor destaca a necessidade, em meio a tantas incertezas, de uma revisão da série histórica de vazões naturais afluentes às hidrelétricas para aprimorar o planejamento e operação do SIN. Por fim, reafirma a urgência de se criar uma governança conjunta – ANA e ONS – para atualização rotineira das estimativas sobre usos consuntivos a montante das usinas em cumprimento à determinação legal (Lei 9.984/2000, Art. 4° § 3°).

Brasil Energia – Jerson Kelman (ex dirigente da ANA, Aneel, Light, Enersul e Sabesp)

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