Em 2007 foram estabelecidos os primeiros padrões mínimos de desempenho energético para condicionadores de ar no Brasil. Após mais de 14 anos desde as primeiras regulamentações e olhando para as perspectivas futuras, este artigo apresenta uma revisão dos desenvolvimentos regulatórios no país e uma avaliação baseada em simulação de cenários para verificar os potenciais impactos de novos padrões mínimos de desempenho energético para condicionadores de ar. A metodologia empregada é uma abordagem bottom-up projetada para estimar o consumo de energia de condicionadores de ar. Uma ferramenta computacional baseada em planilha foi desenvolvida para realizar análises de sensibilidade de parâmetros-chave, como taxa de propriedade, temperatura média e graus-dia de resfriamento. Os resultados mostram um potencial significativo de economia de energia que pode ser captado por meio de uma revisão dos padrões mínimos de desempenho energético. Para os cenários simulados esse potencial de economia atingiria até 417 TWh, com a respectiva redução de emissões de gases de efeito estufa que seria de 249 milhões de toneladas, no período de 2023 a 2040. Uma análise econômica do impacto dos padrões mínimos de desempenho energético também é fornecida e indica que, mesmo em condições que envolvem custos e taxas de desconto mais elevados, novos padrões mínimos de desempenho energético mais restritivos permitem capturar benefícios significativos para a sociedade como um todo e para os consumidores individualmente. A revisão dos padrões mínimos de desempenho energético é uma questão crítica e urgente para o Brasil e a metodologia apresentada neste artigo pode ser útil no processo de tomada de decisões relacionadas a novos desenvolvimentos regulatórios.

Renewable and Sustainable Energy Reviews, Vol. 163
Conrado Augustus de Melo, Kamyla Borges Cunha, Gabriela Piovesan Santiago Suárez

Link de acesso:

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1364032122004087