Fazendo um comparativo com a situação legal que a indústria de tabaco se encontrava no final da década de 1990, o artigo discute os avanços de ações judiciais movidas sobre a responsabilidade climática em todo o mundo contra a indústria do petróleo. De acordo com a autora, Sharon Eubanks (que atuou no litígio federal sobre o tabaco nos Estados Unidos contra a Philip Morris), podemos estar nos aproximando de um ponto de inflexão legal para as empresas de combustíveis fósseis. Ela evidencia estratégias semelhantes usadas pelas duas grandes indústrias, como o caso da Exxon de 1970, que investiu para promover uma falsa ciência e negar as mudanças climáticas com o intuito de enganar o público. Nesse contexto, a autora ainda destaca que os casos legais mais significativos enfrentados pelas empresas hoje se concentram no marketing enganoso contínuo na forma de greenwashing e cita, por exemplo, que a indústria de petróleo está divulgando a promessa de projetos de captura e armazenamento de carbono como forma de evitar a redução de suas emissões, mas nem um único projeto de CCS existente é viável, e nenhuma empresa está investindo o suficiente para torná-los viáveis. Ela ainda pontua casos como o da Total na França, o da Shell na Holanda e dois casos nos EUA que corroboram com sua tese de que os casos contra as empresas de combustível fósseis estão se aproximando de uma massa crítica semelhante a que desencadeou ações abrangentes dos governos contra a indústria do tabaco.
The Guardian – Sharon Y Eubanks
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