Neste artigo são entrevistados especialistas que relatam as dificuldades enfrentadas pelas empresas de serviço de conservação de energia (escos) para fecharem projetos de eficiência energética. Rodrigo Aguiar, diretor da esco AGES, afirma que boa parte dos grandes consumidores ainda não compreende a dinâmica de um projeto de eficiência energética e têm dificuldade de compreender que o trabalho de diagnóstico demanda vários dias de prospecção e que precisa ser remunerado. Aguiar aponta também que, em geral, as indústrias só se dispõem a adotar projetos de eficiência usando recursos do PEE-Aneel ou por meio de contratos de desempenho. E mesmo os contratos de desempenho têm sido difíceis de serem viabilizados, afirma o entrevistado. Já o segundo entrevistado, Alexandre Moana (diretor da esco Energias Assessoria), considera que há imaturidade não apenas do lado da demanda, mas também em boa parte da oferta, ou seja, entre as escos. Para ele, muitas escos se acostumaram ao longo dos anos com o acesso aos recursos do PEE-Aneel para vender seus projetos, o que prejudicou a modernização da oferta. Ao final, Moana ainda aponta alguns problemas do PEE, principalmente o fato do programa ter se direcionado para obras de eficiência no setor público, em detrimento da indústria ou da população de baixa renda.

Brasil Energia – Marcelo Rijo Furtado (colunista da Brasil Energia)

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