O artigo defende a reinserção do Estado como proprietário de empresas no setor de energia no Reino Unido. O autor sustenta que o padrão da oferta de energia em países como Estados Unidos, França e Alemanha é o modelo apoiado na participação de empresas públicas e destaca novas experiências bem-sucedidas que vêm ocorrendo nesse sentido na Europa. Segundo o autor, a privatização deixou a desejar no que se refere à promessa de proporcionar preços baixos e melhores serviços. Ademais, atualmente muitas empresas privadas encontram-se em difícil situação financeira, mesmo tendo distribuído muitos dividendos aos acionistas ao longo dos anos. Assim sendo, o autor ressalta que, no curto prazo, a criação de empresas públicas poderia reduzir o caos no mercado devido ao aumento do preço da energia, principalmente do gás natural − a esse respeito, ver também artigo da S&P, The Energy Transition And What It Means For European Power Prices And Producers: September 2021 Update, divulgado nesta edição do Panorama. No longo prazo, o estado poderia adquirir uma participação acionária em vez de simplesmente supervisionar um resgate financeiro às empresas privadas. Assim, ao invés de apoiar as “seis grandes” empresas e seus acionistas com empréstimos, o governo poderia construir uma nova empresa de fornecimento público que poderia liderar o caminho em direção a energia verde e acessível no futuro. Para Hobbs, essa estratégia também é financeiramente mais vantajosa, uma vez que os serviços públicos gastam menos dinheiro com os lucros dos acionistas e contam com alternativas de financiamento mais baratas que o setor privado.

Link de acesso:

https://www.theguardian.com/commentisfree/2021/sep/29/expensive-winter-energy-public-ownership-green-new-deal-privatisation