O Balanço Energético Nacional (BEN) é um relatório anual de grande importância produzido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Ele contém o mais amplo conjunto de dados relativos à oferta e consumo de energia no Brasil, contemplando as atividades de extração de recursos energéticos primários, sua conversão em formas secundárias, a importação e exportação, bem como a distribuição e o uso final da energia para diversos setores da economia brasileira. O BEN está estruturado em 8 capítulos: capítulo 1 – Análises Energéticas e Dados Agregados, que apresenta os destaques de energia em 2021 e os dados consolidados de produção, consumo, dependência externa de energia, composição setorial do consumo de energéticos e o resumo da oferta interna de energia; capítulo 2 – Oferta e Demanda de Energia por Fonte, que tem como conteúdo a contabilização, por fonte de energia, da produção, importação, exportação, variação de estoques, perdas, ajustes e consumo total desagregado por setores da economia; capítulo 3 – Consumo de Energia por Setor, que apresenta o consumo final de energia classificado por fonte primária e secundária, para cada setor da economia; capítulo 4 – Comércio Externo de Energia, que traz os dados das importações e exportações de energia e da dependência externa de energia; capítulo 5 – Balanços de Centros de Transformação, que apresenta os balanços energéticos dos centros de transformação, incluindo as suas perdas; capítulo 6 – Recursos e Reservas Energéticas, que contempla os dados dos recursos e reservas das fontes primárias de energia, incluindo notas metodológicas; capítulo 7 – Energia e Socioeconomia, que tem por conteúdo a comparação dos parâmetros energéticos, econômicos e populacionais, os consumos específicos, os preços e os gastos com importação de petróleo; e, capítulo 8 – Dados Energéticos Estaduais, que exibe os dados segmentados a nível estadual para produção das principais fontes de energia, consumo residencial de eletricidade e gás liquefeito de petróleo, instalações energéticas e reservas e potencial hidráulico.

Dentre as principais conclusões deste volume, destacam-se as seguintes. Em 2021, a oferta interna de energia atingiu 301,5 Mtep, registrando um avanço de 4,5% em relação a 2020. Entretanto, a participação renovável na matriz energética caiu de 48,5% para 44,7% sobretudo em função da queda da oferta de energia hidráulica associada à escassez hídrica, incremento das fontes eólicas e solar e do biodiesel e do acionamento das usinas termelétricas.

O consumo final energético e não energético avançou 3,5% em relação ao ano anterior, atingindo 262,2 Mtep. O relatório destaca ainda um acréscimo de consumo de 3 milhões de tep no setor industrial, com crescimento de 11,8% do uso de carvão mineral (impulsionado pelo aumento da produção de aço), um avanço de 6,2% do uso de lixívia (em função do aumento na produção do setor de celulose), e uma alta de 20,8% do consumo de gás natural, que é utilizado por diversos setores industriais. Todos os segmentos industriais, com exceção ao setor de alimentos e bebidas, registraram aumento no consumo energético em 2021. Já no segmento de transportes, o consumo de energia apresentou recuperação de 7,3% em relação a 2020, ano impactado pela covid-19, com destaques para os aumentos de 32,8% do consumo de querosene de aviação, de 9,8% da gasolina e de 9,1% de óleo diesel.

A geração de energia elétrica no Brasil em centrais de serviço público e autoprodutores atingiu 656,1 TWh em 2021, resultado que ficou 4% acima do verificado em 2020. As importações líquidas de 23,1 TWh, somadas à geração nacional, asseguraram uma oferta interna de energia elétrica de 679,2 TWh, montante 0,3% superior a 2020. por sua vez, a geração a partir de fontes não renováveis representou 22,6% do total nacional, contra 16,8% em 2020, alta puxada, sobretudo, pelo avanço da geração à base de gás natural. A geração hidráulica caiu 8,6%, a eólica cresceu 26,7% e a solar avançou 56%. O consumo final de eletricidade progrediu 4,2%, chegando a 570,8 GWh, impulsionado pelo consumo do setor industrial, seguido pelos setores comercial, agropecuário e residencial.

Empresa de Pesquisa Energética (EPE)

Link de acesso:

https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/balanco-energetico-nacional-2022

 

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