Esse artigo discute a crise hídrica que vem se delineando no Brasil. Os autores apontam que, apesar de termos energia suficiente para suprir o consumo total em 2021, a capacidade de atendimento da demanda instantânea, principalmente a demanda de pico, está fragilizada. Nesse sentido, eles comentam algumas medidas que vêm sido adotadas pelas autoridades para flexibilizar a operação, como a autorização para que o ONS possa acionar qualquer usina independentemente da “ordem de despacho” indicada pelos modelos oficiais. Os autores caracterizam essa como a prova cabal da obsolescência da cadeia dos modelos computacionais oficiais e sugerem um novo caminho: a implementação cuidadosa e planejada do despacho com base em lances de oferta dos geradores em leilões diários. Além das limitações dos modelos, os autores destacam que parte do problema está no fato de que apenas 25% da capacidade instalada no setor elétrico é hoje plenamente controlável pelo ONS. Nesse sentido, apontam duas medidas tomadas pelo governo para obter mais flexibilidade ao sistema, a MP 1.055 e a Lei 14.120, originada da MP 998, estabelecendo críticas a ambas.
Valor Econômico – Cláudio Sales e Richard Hochstetler (do Instituto Acende Brasil)
https://valor.globo.com/opiniao/coluna/a-crise-hidrica-e-o-setor-eletrico-sob-estresse.ghtml