No que se refere aos trabalhos divulgados no primeiro período de setembro de 2022, selecionamos e acrescentamos agora ao nosso acervo digital 26 novas publicações, sendo 6 trabalhos na categoria Agências, 5 artigos de Consultorias e 10 novas publicações na categoria Artigos Autorais. Quanto aos Artigos Acadêmicos, agregamos 5 novos trabalhos

Dentre as principais fontes e autores selecionados no período, recolhemos, para a categoria Agências, novos estudos da Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês), da Energy Economics and Financial Analysis (IEEFA), do Institute of Health Equity e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). 

Para a categoria de Artigos Autorais, estamos trazendo novamente ótimos artigos de vários especialistas e de autores e instituições de grande influência que analisam a energia no Brasil e no mundo e seus principais desafios contemporâneos. Nesta edição número 41, trazemos, entre outros, textos de Edvaldo Santana  (que trata do problema da desigualdade e dos subsídios no setor de energia brasileiro), de Jerson Kelman (que analisa a questão das garantias físicas das hidrelétricas brasileiras), de Martin Wolf (editor-chefe do Financial Times, que discute a guerra energética europeia) e da Greta Thunberg (ativista climática, que faz uma crítica à atual política europeia que estimula o uso de biomassa florestal). Estamos trazendo, também, textos de autoria conjunta: um de Lorrane Câmara, Caroline Chantre, Cristina Rosa e Kalyne Brito (pesquisadoras do GESEL); outro de Yanna Clara Prade e Lucas Antoun Netto (economistas especialistas em energia); e, um terceiro de Francisco Leme (diretor executivo da W4Resources) e Francisco Chaves Jr. (sócio da EcoEnergética).

Ainda na categoria de Artigos Autorais, selecionamos reportagens especiais que trazem as visões de importantes agentes do setor. Marcelo Furtado (colunista Brasil Energia) aborda o forte crescimento da energia solar no Brasil e traz as visões de Rodrigo Sauaia (Absolar), Guilherme Chrispim (ABGD), Francisco Scroffa (Enel X), Andrea Sztajn (Omega), e Robert Klein (Voltalia). Além dessa, temos outra reportagem especial de Maurício Godoi (colunista CanalEnergia), que apresenta um panorama do desenvolvimento do hidrogênio verde brasileiro e, para tanto, entrevista Nivalde de Castro (Gesel), Jurandir Picanço (FIEC), Carlos Nascimento (CTG Brasil), Élbia Gannoum (ABEEólica), Marcel Haratz (Comerc Eficiência) e Camila Ramos (Absolar). 

Para a categoria Artigos Acadêmicos, recolhemos novas publicações das revistas Nature Communications, Renewable and Sustainable Energy Reviews e Energy

Da totalidade de trabalhos selecionados, decidiu-se por dar destaque principal a três publicações, duas da categoria Agências e uma da categoria Artigos Autorais.

A primeira delas é Empregos no Setor Energético Global (tradução livre), da IEA. Esse é o primeiro inventário da força de trabalho global que atua no setor de energia. Ele oferece, portanto, uma visão completa e inédita sobre a relevância dos empregos ligados ao mundo da energia na economia global. O documento traz análises do emprego por regiões e tecnologias, incluindo a produção de combustível fóssil e bioenergia, geração, transmissão, distribuição e armazenamento, bem como usos finais, que incluem veículos e eficiência energética para edifícios e indústria. O estudo também detalha segmentos da cadeia de valor onde os empregos estão localizados, incluindo matérias-primas, fabricação, construção, serviços públicos e atacado. Dentre as principais conclusões, destaca-se que 65 milhões de pessoas ao redor do mundo estavam empregadas no setor energético em 2019 (o que representa cerca de 2% do emprego total), sendo que mais de 50% desse contingente estava no segmento de energia limpa (que é justamente o segmento que vem liderando a criação de empregos no período mais recente). Outra conclusão importante é que mais da metade do emprego global no setor de energia está na região da Ásia-Pacífico, com a China respondendo por 30% da força de trabalho global nessa área.

O segundo destaque é o Especial do MegaWhat, Presidenciáveis – a voz do setor de energia nas propostas dos candidatos. Dado o contexto das eleições nacionais de outubro, a equipe do MegaWhat analisou declarações feitas pelos candidatos em eventos, entrevistas, além das informações disponibilizadas em seus sites, programas de campanha e do portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Buscou-se identificar o que cada candidato pensa sobre pautas importantes, como expansão das renováveis e novas tecnologias, o futuro da Petrobras, abertura do mercado livre, perspectivas para o mercado de carbono, tarifas de energia e preços de combustíveis, privatizações, o caráter das agências reguladoras e sustentabilidade. Para mensurar as propostas, foi criada uma metodologia de pontuação de cada candidato nos temas analisados, que avalia a profundidade em que o tema é tratado dentro da sua campanha.

Por fim, o terceiro destaque é O cerne da captura de carbono: lições aprendidas, do Energy Economics and Financial Analysis (IEEFA). As tecnologias de captura, armazenamento e utilização de carbono (CCUS) e de captura e armazenamento de carbono (CCS) não são unanimemente aceitas por especialistas. De fato, alguns afirmam que a sua utilização não passa de greenwashing para prolongar a vida dos ativos de combustíveis fósseis. Outros analistas, porém, acreditam que tais tecnologias são a grande solução para evitar consequências catastróficas das mudanças climáticas. Dada essa polêmica, o relatório em questão joga luz sobre as diferentes aplicações, conceitualizações e categorizações do CCUS/CCS e faz uma análise de 13 projetos de CCS e CCUS levando em conta sua história, economia e desempenho. Vale frisar que os projetos analisados são de larga escala, estão localizados nos setores de gás natural, industrial e de energia e representam 55% da capacidade operacional total atual de CCUS/CCS em todo o mundo. As conclusões principais são de que essa tecnologia não consiste em uma solução para o grave problema climático. Isto fundamentalmente porque: i- cerca de 3/4 do CO2 capturado anualmente pelas instalações multibilionárias da CCUS é reinjetado e sequestrado em campos de petróleo para extrair mais petróleo do solo (o que gera novas emissões); , ii- perto de 90% da capacidade de CCS proposta no setor de energia recentemente falhou no estágio de implementação ou foi suspensa antecipadamente.