No que se refere aos trabalhos divulgados no segundo período de setembro de 2022, selecionamos e acrescentamos agora ao nosso acervo digital 21 novas publicações, sendo 8 trabalhos na categoria Agências, 3 artigos de Consultorias e 8 novas publicações na categoria Artigos Autorais. Quanto aos Artigos Acadêmicos, agregamos 2 novos trabalhos.

Dentre as principais fontes e autores dos textos selecionados no período, recolhemos, para a categoria Agências, novos estudos da Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês), do Economics of Energy Innovatin and System Transition (EEIST), da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e da Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA, sigla em inglês).

Para a categoria de Artigos Autorais, estamos trazendo novamente ótimos artigos de vários especialistas e de autores e instituições de grande influência que analisam o mundo da energia e seus principais desafios. Nesta edição número 42, trazemos textos de Andreas Malm (ativista de movimentos ambientalistas e professor de ecologia humana na Universidade de Lund, na Suécia), de Jeffrey Sachs (professor da Universidade de Colúmbia), de Frances O’Grady (secretária geral do TUC – Trade Union Congress), de João Carlos Mello (presidente da Thymos Energia), de Fábio Couto (repórter do Valor Econômico) e de Oliver Milman (repórter de meio ambiente do The Guardian US) .

Ainda na categoria de Artigos Autorais, selecionamos duas reportagens especial do Canal Energia. A primeira discute a presença das mulheres no setor de energia, destacando sua representatividade no cenário das renováveis. Nela, Michele Rios (colunista CanalEnergia) traz a opinião de mulheres atuantes no setor como: Zilda Costa, (diretora da H2energy e membro do conselho deliberativo da ABGD); Mayra Guimarães (head de renováveis e assuntos regulatórios da Thymos Energia); Daniela Fusco Alcaro (sócia-fundadora da Stima Energia); Camila Nascimento (diretora da WIN Solar); Élbia Gannoum (presidente da ABEEólica); Aline Pan (coordenadora da Rede MESOL); e, Tamar Roitman (gerente executiva da ABiogás). A segunda reportagem especial debate as perspectivas e incertezas para o segmento das térmicas na matriz elétrica brasileira. Nela, Sueli Montenegro (colunista CanalEnergia) expõe as visões de Diogo Lisbona (Ceri/FGV), Erik Rego (EPE), Bernardo Sicsú (Fórum do Gás), Xisto Vieira Filho (Abraget), Newton Duarte (Cogen), Zilmar de Souza (Única), Yuri Schmitke (Abren), e Fernando Zancan (ABCM).

Para a categoria Artigos Acadêmicos, recolhemos novas publicações das revistas Sustainable Production and Consumption e Energy & Environment Science.

Da totalidade de trabalhos selecionados, decidiu-se por dar destaque principal a três publicações, duas da categoria Agências e uma da categoria Artigos Autorais.

A primeira publicação é talvez um dos mais importantes relatórios sobre o setor energético brasileiro, O Balanço Energético Nacional (BEN), produzido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Atualizado anualmente, ele traz o mais amplo conjunto de dados relativos à oferta e consumo de energia no Brasil, contemplando as atividades de extração de recursos energéticos primários, sua conversão em formas secundárias, a importação e exportação de energia, a distribuição e o uso final da energia por diversos setores da economia brasileira. Neste ano, alguns dos principais destaques trazidos pelo BEN são o avanço de 4,5% da oferta interna de energia em 2021, o crescimento de 3,5% do consumo final energético e não energético, a alta de 4% da geração de eletricidade em centrais de serviço público e de autoprodução e o avanço de 4,2% no consumo final de eletricidade.

A segunda recomendação especial do período é o trabalho Rastreando o Progresso da Energia Limpa (tradução livre) da IEA. Trata-se de uma série de relatórios que avaliam a situação atual de 55 componentes dos sistemas de energia que são críticos para as transições de energia limpa. Além de avaliar os progressos de cada componente, os relatórios também fornecem recomendações sobre o que deve ser feito para que o mundo possa convergir para a trajetória estabelecida no Cenário Emissões Líquidas Zero até 2050 da IEA (Net Zero Emissions by 2050 Scenario – NZE). Os componentes avaliados incluem tecnologias, infraestrutura, setores, subsetores e estratégias transversais que compõem as seguintes seções: visão geral do sistema de energia; tecnologias e infraestrutura transversais; setor elétrico; fornecimento de petróleo e gás natural; fornecimento de combustível de baixa emissão; transporte; indústria; e, edificações. Cada uma das seções conta com um relatório geral e relatórios específicos sobre os componentes associados a ele. Dentre as principais conclusões, destaca-se que, dos 55 componentes rastreados, apenas 2 estão totalmente “No caminho certo” (“On track”) com a trajetória do Cenário Net Zero até 2050: veículos elétricos e iluminação. A atualização deste ano evidencia também que as ações políticas recentes e desenvolvimentos tecnológicos indicam que o momento é de aceleração nas transições de energia limpa.

O terceiro destaque, Uma nova estratégia para as lutas climáticas (tradução livre), é uma entrevista com o ativista e pesquisador sueco Andreas Malm, professor de Ecologia Humana na Universidade de Lund, na Suécia. Malm tem tido influência crescente nos movimentos ambientalistas europeus defendendo a necessidade de uma tomada de consciência climática coletiva para que possamos começar a agir concretamente em prol de um futuro adequado para os nossos jovens. Nesta entrevista, ele discute alguns importantes aspectos do ativismo climático. Ele comenta o envolvimento dos trabalhadores na luta contra as mudanças climáticas, expõe sua visão crítica sobre o “tecnologismo” (a crença em que a catástrofe ambiental será solucionada apenas pela introdução de novas técnicas) e debate a responsabilidade do estado e dos indivíduos na condução de um movimento contra as crises climáticas.