O artigo Climate Before Trade discute o cenário de mudança climática e as políticas comerciais. O autor aponta inicialmente que, no contexto atual, o ideal seria desencadear a luta climática por meio de um conjunto globalmente coordenado de políticas comerciais não discriminatórias, mas infelizmente a realidade é a de governos buscarem metas ambientais de forma independente, mesmo que isso impacte outros países. O autor lembra a seguir que, em novembro de 2022, o presidente francês Emmanuel Macron acusou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de adotar políticas industriais “super agressivas” por conta da Lei de Redução da Inflação. Macron e outros líderes, defendem que essa nova legislação prejudica a indústria europeia. Contudo, Dani Rodrik afirma que impor custos a outros países ao mesmo tempo em que lida com a mudança climática é exatamente o que a União Européia tem planejado fazer, por meio de seu mecanismo de ajuste de fronteira de carbono (CBAM). O artigo explicita, então, que o desafio climático é importante demais para ser ofuscado por considerações de comércio e competitividade, e a China é um exemplo disso – anos de altos subsídios para as indústrias solar e eólica do país transformaram as empresas chinesas em campeãs mundiais e a China na maior produtora mundial de energia renovável. A presunção geral da OMC, segundo o autor, é que os governos devem perseguir objetivos não comerciais que não distorçam o comércio, contudo, não está claro se devemos deixar que as regras comerciais atrapalhem o esforço global de descarbonização.
Project Syndicate – Dani Rodrik (professor de Economia Política Internacional na Harvard Kennedy School, é presidente da Associação Econômica Internacional e autor de Straight Talk on Trade: Ideas for a Sane World Economy,
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