Dentre todos os artigos pesquisados no segundo período de novembro, selecionamos oito novas ótimas publicações para acrescentar ao nosso acervo de Artigos Autorais. Deste total, três já foram escolhidas para compor os destaques principais do período e duas são apresentadas aqui como destaques desta categoria.

Os principais temas dos textos selecionados são: Regulação, Empresas de energia, Investimentos e financiamento, Transição energética, Renováveis e Mercados energéticos. Dentre os subtemas mais relevantes, identificamos os seguintes: a participação do Brasil na COP 27; as diferentes posições dos agentes sobre a agenda de abertura do mercado livre de energia elétrica no Brasil; os desafios da próxima gestão da Petrobras; os impactos da Guerra Rússia-Ucrânia na indústria de energias renováveis; a política de partilha do excedente petrolífero no Brasil; negociações, fusões e aquisições na área de energia renovável; uma análise crítica do Projeto de Lei 2.703; e, a relação entre oferta excessiva de energia elétrica, riscos mal alocados e o excesso de subsídios. 

Recomendamos como primeiro destaque desta categoria a publicação O conflito na Ucrânia e a indústria de energias renováveis, de Leonardo Gonçalves, Isadora Corrêa, Vinicius José da Costa, Carolina Tostes e Luiza Masseno Leal (pesquisadores do Gesel). Como anuncia o título, o artigo analisa como a Guerra Rússia-Ucrânia afeta a indústria de energias renováveis e, desse modo, a transição para uma economia de baixo carbono. Mesmo que soluções de baixo carbono se apresentem como opções para aumentar a diversificação do suprimento e a segurança energética, os autores mostram que o conflito também impactou negativamente a cadeia global de commodities necessária para o aumento da oferta da geração renovável. Alguns dos desafios comentados são: concentração da atividade de mineração e processamento dos materiais críticos; aumento dos custos nivelados de energia (LCOE, sigla em inglês) das fontes renováveis; piora das condições de financiamento a nível global; aumento dos custos dos fretes; e, aumento dos custos de produção de materiais manufaturados utilizados nas tecnologias renováveis. 

O segundo destaque desta categoria é Escolhas e desafios da próxima gestão da Petrobras, de Osmani Pontes (cientista econômico). Esse excelente artigo explora três questões sensíveis (e interdependentes) que devem ser rediscutidas dado o importante papel da Petrobras no futuro: a política de distribuição de lucros e dividendos, o plano de investimentos da empresa e a mudança da política de paridade de importação (PPI). O artigo propõe formas de endereçar essas questões para que a empresa possa atender sua função estratégica.

Além do destaque geral e dos destaques desta categoria, também selecionamos outras boas análises publicadas nos principais sites e portais eletrônicos nacionais e internacionais. Edvaldo Santana (ex-diretor da Aneel) aponta alguns temas que deveriam estar em discussão no grupo de transição de governo na área de energia. Por sua vez, Pedro Aurélio Teixeira (colunista CanalEnergia), aborda o bom ritmo das negociações em geração renovável no setor elétrico brasileiro, apresentando os pontos de vista de Leonardo Dell’Oso (PwC), Paulo Coimbra (KPMG), Filipe Kury (consultor), Silla Motta (consultora), Eduardo Miranda (Mercúrio Partners) e Leonardo Magalhães (Cemig). Por fim, Claudio Sales, Eduardo Müller Monteiro, Alexandre Uhlig e Richard Hochstetler (membros do Instituto Acende Brasil) criticam o projeto de lei 2.703, que visa postergar a aplicação das novas regras tarifárias que promoveriam uma redução gradual das vantagens para investidores em Geração Distribuída (GD).