Neste primeiro período de novembro de 2022 estamos recomendando a leitura de 7 novos trabalhos na categoria Agências. Deste total, além da publicação selecionada como destaque geral, indicamos em especial três publicações como destaque desta categoria.
O conjunto dos trabalhos selecionados trata principalmente dos temas Transição energética, Renováveis, Sustentabilidade, Regulação Internacional e Energias não renováveis. Os subtemas mais relevantes são: investimentos no setor elétrico brasileiro de 2010 a 2020; avaliação das condições de atendimento do mercado de energia elétrica brasileiro para o curto e médio prazos; as relações entre as alterações climáticas e a segurança energética; análise das metas de energia renovável nas NDCs; políticas e regulamentos em vigor em todo o mundo para garantir o suprimento de minerais críticos de modo seguro, sustentável e confiável; como reduzir as emissões de CO2 na geração de energia a partir de carvão; e, o progresso dos países em direção às metas líquidas zero e aos compromissos do Acordo de Paris.
O primeiro destaque selecionado para a categoria é Plano da operação energética 2022/2026 – PEN 2022, do Operador Nacional do Sistema elétrico (ONS). O documento avalia as condições de atendimento do mercado de energia do Sistema Interligado Nacional (SIN) entre 2022 e 2026. Segundo o ONS, está previsto um crescimento médio de 3,4% ao ano da carga, que deve atingir cerca de 81 GW médios em 2026. Pelo lado da oferta, considerando como referência dezembro de 2021, estima-se um acréscimo de 22 GW de capacidade instalada, totalizando 196 GW ao final do período de planejamento. Destaca-se também uma avaliação das condições hidrológicas realizada através de uma simulação de energia firme, avaliação que mostra que as condições verificadas no passado recente foram mais severas que aquelas vivenciadas anteriormente. As análises do PEN 2021 foram divididas em dois horizontes: conjuntural e estrutural. No primeiro, que corresponde aos anos de 2022 e 2023, foram feitas análises determinísticas e probabilísticas que indicam um equilíbrio estrutural do SIN, o que significa que os critérios de suprimento de energia preconizados pelo CNPE são plenamente atendidos. Já as análises para o segundo horizonte (2024 – 2026) revelam que os critérios de suprimento de potência preconizados pelo CNPE não são plenamente atendidos, sendo violados no ano de 2026. Assim, recomendam-se ações para que o equilíbrio estrutural seja restaurado.
O segundo destaque é Resiliência Climática para a Segurança Energética (tradução livre), da Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês). Trata-se de um amplo relatório que fornece uma visão abrangente e científica das relações entre os cenários climáticos e a segurança energética. Com base nos resultados da avaliação, o relatório também sugere medidas para aumentar a resiliência climática, com análises de custo-benefício que provam que os investimentos em resiliência climática trazem benefícios de longo prazo. As análises investigam os impactos que as mudanças climáticas exercerão no fornecimento de minerais críticos, nas usinas que utilizam combustíveis fósseis, nas usinas nucleares, nas fontes renováveis e nas redes de eletricidade.
Por fim, o terceiro destaque desta categoria é Metas de energia renovável em 2022: um guia para projetar (tradução livre), da Agência Internacional de Energias renováveis (IRENA, sigla em inglês). O relatório visa apoiar os governos na elaboração de metas de energia renovável para auxiliar na redução das emissões de GEE, aumentar a resiliência aos impactos climáticos, limitar a dependência de importações de energia e alcançar o acesso universal a fontes limpas e acessíveis de energia. Visando analisar a ambição dos países, a publicação apresenta as últimas atualizações dos compromissos climáticos feitos antes da COP 27 tendo como foco as metas de energia renovável contidas nas NDCs e as metas mais recentes expostas nos planos nacionais de energia. A análise revela, em suma, que existe um descompasso entre as metas de renováveis expostas nas NDCs, nos planos nacionais e as reais necessidades. Por fim, o relatório fornece uma orientação sobre a elaboração de metas para atingir os objetivos políticos relacionados ao clima.