Neste mês de dezembro de 2022 estamos recomendando a leitura de 12 novos trabalhos na categoria Agências. Deste total, indicamos três publicações como destaque desta categoria.
O conjunto dos trabalhos selecionados trata principalmente dos temas Renováveis, Investimentos e financiamento, Mercados energéticos, Planejamento da expansão, Regulação internacional, Operação do Sistema, Tecnologia e inovação e Transição energética. Os subtemas mais relevantes são: comercialização de hidrogênio sustentável e a relação norte-sul global; gastos governamentais de recuperação econômica mundial pós-covid na área de energia; bancos de dados sobre os subsídios da energia elétrica e sobre o potencial de energia eólica offshore no Brasil; previsões de carga do SIN até 2027; planejamento de atendimento aos sistemas isolados; desenvolvimentos dos mercados e das políticas nas áreas de eficiência energética, energia renovável e carvão; manual sobre a infraestrutura de armazenamento de CO2; e, principais resultados da COP 27.
O primeiro destaque selecionado para a categoria é o Rastreador de gastos governamentais com energia (tradução livre) da Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês). O relatório contabiliza os gastos governamentais em energia limpa e nas medidas de voltadas a facilitar o acesso à energia como resposta ao encarecimento da energia desde 2020. O rastreamento inclui cerca de 1.600 políticas governamentais relacionadas à energia e programas de gastos de 67 países. Além do documento principal, é disponibilizado o banco de dados dessas políticas, uma ferramenta interativa que possibilita ao usuário acessar dados por país e região. Dentre as conclusões, vale frisar que, desde o início da pandemia da covid-19, os governos já destinaram US$ 1.215 bilhões em apoio à energia limpa, bem mais do que o dobro dos compromissos financeiros assumidos com medidas de recuperação verde após a crise financeira de 2007-2008.
O segundo destaque é o Subsidômetro, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), uma ferramenta interativa que detalha os subsídios pagos pelo consumidor na tarifa de energia. O relatório digital é composto de cinco abas, que permitem diferentes customizações dos dados a serem pesquisados. São apresentados, dentre outros dados, o valor geral dos subsídios, o detalhamento dos subsídios, o impacto tarifário por distribuidora, um comparativo entre a cota CDE e os subsídios por distribuidora, sendo ainda possível navegar por ano, região, estado, distribuidora e tipo de subsídio. De acordo com o levantamento, os consumidores brasileiros já pagaram R$ 28,5 bilhões até meados de dezembro, somente em 2022. O montante equivale a 12,74% da tarifa média paga pelas residências no país, sendo R$ 10 bilhões dedicados apenas à Conta de Consumo de Combustíveis (CCC). Em 2018, o montante total era de 18,7 bilhões, equivalente a 5,51% da tarifa. A maior parte dos benefícios é custeada por meio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que dobrou seu orçamento nos últimos cinco anos, passando de R$ 15,99 bilhões, em 2017, para R$ 32,10 bilhões em 2022.
Por fim, o terceiro destaque de categoria é o relatório Previsões de carga para o Planejamento Anual da Carga 2023-2027, desenvolvido conjuntamente pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O documento conta com tabelas que resumem, para o horizonte contemplado, os valores previstos da carga de energia em MWmédios, as taxas de crescimento resultantes e os respectivos acréscimos de carga anuais por subsistema, bem como as diferenças entre as previsões atuais e as feitas na 2ª Revisão Quadrimestral de 2022. Considerando a interligação de Roraima ao SIN a partir de outubro de 2025, prevê-se um crescimento médio anual da carga do SIN de 3,6% ao ano no período 2023-27, o que significa uma expansão média anual de 2.712 MWmédios. Se confirmadas as previsões, em 2027 a carga do SIN deve atingir 82.584 MWmédios.