O artigo discute a transição energética como o problema central do setor elétrico mundial e faz uma reflexão crítica sobre como essa pauta tem sido conduzida no setor elétrico brasileiro. Bicalho destaca as vantagens estruturais do setor elétrico brasileiro no caminho para a transição energética, com a construção, ao longo do tempo, de recursos que podem ser muito úteis para reduzir as dificuldades e custos envolvidos na marcha em direção às renováveis. Para ele, reservatórios, hidrelétricas e transmissão têm um papel importantíssimo para desenhar a transição brasileira. Contudo, ele ressalta que o problema fundamental do setor hoje é sua agenda ruim, que, ao invés de estar focada na resolução dos grandes problemas do avanço das renováveis, considera que os problemas essenciais do SEB são a participação do Estado e a falta de competição no setor. Bicalho também defende que a atual agenda contribui muito pouco para resolver os problemas efetivos da transição energética no Brasil e para mobilizar os recursos necessários para a sua condução. Por fim, ele debate as razões para a existência dessa agenda “extemporânea e dissonante” em relação ao que acontece no mundo.

Instituto Ilumina – Ronaldo Bicalho (pesquisador na Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Link de acesso:

http://www.ilumina.org.br/a-tragedia-de-uma-agenda-ruim/